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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Reciclagem na construção civil nº5. Equipamentos existem, mas ainda falta vontade empresarial. Apliquem a Logística reversa .

 

Revista  - GRANDES CONSTRUÇÕES

O setor da Construção Civil tem demonstrado uma crescente preocupação com a geração e destinação dos resíduos que produz. Promover a reciclagem de parte desse material passou a ser um forte desafio, exigindo soluções criativas e viáveis financeiramente. Implementar programas de redução de resíduos exige ainda uma mudança de cultura, já que é uma preocupação relativamente recente. Nesse contexto, a indústria tem feito sua parte, oferecendo soluções ao mercado?

Guilherme Zurita, gerente Comercial da Divisão de Concreto da Liebherr, acredita que sim. Ele reconhece que a reciclagem e o reúso dos resíduos da construção, notadamente do concreto, é uma tendência irreversível em todo o mundo, que tende a crescer no Brasil. “Constatamos que os nossos clientes têm problemas com os resíduos do concreto. E nós, enquanto fabricantes de equipamentos que produzem concreto, conhecemos bem os problemas e assumimos nossa responsabilidade na geração de soluções.

Ele explica que, na prática, os maiores problemas estão relacionados aos resíduos que voltam dentro do caminhão betoneira das concreteiras. “No passado, se jogava esse resíduo em qualquer lugar. O concreto era descartado em uma vala em qualquer ponto da cidade. A betoneira era lavada na obra e aquela água era descartada sem qualquer tratamento. Hoje, com a crescente preocupação com a preservação do meio ambiente, não se pode mais fazer isso. E o resultado é que todo esse resíduo do concreto está voltando para a concreteira, gerando um grande problema para essas empresas”, conta Zurita.

O problema se estende à água usada na fabricação do concreto e na limpeza dos equipamentos. “Para limpar os equipamentos da fábrica ou os caminhões betoneiras que voltam de uma obra com resíduo de concreto é preciso muita água. Após a lavagem, essa água fica carregada de resíduos finos. O que fazer com ela? Para evitar o descarte irresponsável, as concreteiras tentam, cada uma ao seu modo, tratar seus rejeitos. A forma mais utilizada são os tanques de decantação, que exigem grandes espaços na planta de fabricação do concreto, resultando em elevados custos. Há ainda quem opte por descartar esses resíduos em aterros sanitários, o que não pode ser considerada uma solução eficaz e de longo prazo. A nossa proposta é reutilizá-la, dentro de um circuito fechado, na fabricação do concreto, de forma a não poluir o meio ambiente”, conclui Zurita.

Para o gerente da Liebherr, reaproveitar os resíduos, além de evitar a poluição ambiental, pode resultar em redução de custos na fabricação do concreto, que se tornam atrativos interessantes para as concreteiras. “O cliente deixa de perder dinheiro guardando resíduos em sua planta, usando esse espaço para área para manobra ou fluxo de caminhões, por exemplo. Além disso, ele economiza nos custos do transporte para o descarte desse material, que passa a ser reaproveitado. A concreteira pode refaturar o material que já foi faturado. Se o resíduo volta dentro do balão da betoneira, em princípio ele é um concreto que já foi pago. Se o cliente reutiliza esse material, ele está gerando recursos”, calcula.

Soluções Liebherr
A Liebherr  oferece ao mercado brasileiro duas opções em equipamentos de reciclagem. Uma delas é o LRS, do tipo parafuso, caracterizado por sua construção compacta. Trata-se de uma máquina dotada de um casco e um “parafuso”, no seu interior, que separa os sólidos grossos dos sólidos finos, que ficam no líquido. Essa aplicação é mais utilizada para o concreto e é a mais standard. O LRS 608 tem capacidade é 17 m3 por hora, enquanto o LRS 708 tem capacidade para  22 m3 por hora.

Outra opção é o LRT, cujo casco não é um cilindro, mas um tambor. Esse reciclador é mais usado para argamassa ou para grandes quantidades de caminhões, superiores a 20 caminhões na planta dos equipamentos anteriores: 20 m3 por hora. “Como ele tem uma cuba mais volumosa, ele demora um pouco mais para levar os sólidos para cima e diminui um pouco seu output”, explica Zurita.

Como o LRS é fabricado na unidade de Guaratinguetá (SP), seu custo de aquisição é menor que o do LRT, que é importado. Além disso, o cliente pode optar pelo financiamento via Finame/BNDES, com condições muito mais atraentes.

Além de vender os equipamentos, a Liebherr oferece aos clientes a sua instalação, o treinamento da mão de obra e o monitoramente permanente, voltando à planta em períodos regulares, para ver se tudo funciona bem.

“Cada instalação tem suas características próprias. O que nós gostamos de fazer é analisar a planta do cliente e oferecer a solução de acordo com aquele layout, analisando a proposta junto com o cliente", diz  Zurita.

Ele assegura que o processo de reutilização e reciclagem é vantajoso financeiramente para a empresa, sem falar nos ganhos para a sua imagem, já que ela passa a ser reconhecida pela sociedade como uma empresa ambientalmente responsável. “Tomando por base um reciclador da Liebherr, por exemplo, se o cliente tem uma taxa de retorno de concreto de 2,5% a 3%, ele amortiza todo o investimento das instalações de reciclagem entre 24 e 30 meses”, calcula.

Mas os índices vão variar de acordo com a empresa, com volume do material reutilizado etc. O segredo é que o que volta para a planta seja igual ao que sai dela. Quanto maior o retorno do concreto, mais rápido se consegue amortizar os investimentos com os sistemas de reciclagem”, afirma Guilherme Zurita.

Reciclando o material de demolição
Na outa ponta do processo está a reutilização do material decorrente da demolição e reaproveitamento do material decorrente dessas operações.  Atenta a essa demanda, a Divisão de Desmontes Técnicos da Craft Engenharia, com larga experiência no desenvolvimento de técnicas e equipamentos para demolições especializadas, está investindo em maquinário e equipamentos de última geração, dedicados à destinação de resíduos de acordo com as normas do Conama – Conselho Nacional do Meio Ambiente. Exemplo disso é o reciclador móvel de resíduos, que processa concreto armado ou rocha no próprio canteiro de obra. O equipamento tem capacidade para processar 200 t de concreto armado/hora, transformando-as em agregado reciclado no próprio canteiro de obra.

O reciclador trabalha em conjunto com um crusher hidráulico, máquina que demole o concreto e corta as ferragens simultaneamente. O resultado é um material com características assemelhantes às da brita, que pode ser reutilizado na própria obra para aterros, reforço de subleito e construção de sub-base de pavimentação, por exemplo. A economia para o construtor vai mais além, uma vez que se elimina o custo de transporte do entulho para as áreas de descarte. Outra vantagem do equipamento é a sua agilidade, já que não exige nenhum tipo de montagem especial, podendo ser movido, colocado ou retirado do canteiro de obra em qualquer momento, oferecendo portanto o benefício de ser utilizado em obras das mais diversas dimensões.

Três “Rs”
A Craft Engenharia oferece ao mercado serviço completo de descarte de resíduos, de acordo com as disposições do Conama e conforme a teoria dos três “Rs”: Reciclar, Reutilizar e Reduzir. Assim, todo o material é separado e o que é passível de reciclagem, tal como ferro, vidro, cobre, alumínio e outros, encaminhado para esta finalidade. Madeira, portas, janelas e o que mais for possível ser reaproveitado é vendido para posterior reutilização. Todos esses procedimentos significam redução do desperdício. “Um dos maiores problemas que era o descarte do concreto, hoje está solucionado através da utilização de nossos recicladores”, comenta o engenheiro Carlos Henrique Navaes, gerente de Divisão de Desmontes Técnicos da Craft Engenharia.

A Craft também conta com um reciclador estacionário, criado por seus próprios técnicos.

Todos esses serviços, combinados, proporcionam às construtoras maior agilidade. Um exemplo é a recuperação e entrega, ao estado do Rio de Janeiro, de um trecho de 37 m da Linha Vermelha – elevado que liga as zonas norte e sul da cidade – destruído por um incêndio, adiantando em 15 dias em relação ao prazo exigido em contrato